A partir de hoje (3), um grupo limitado de clientes poderá pagar e receber recursos pelo Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC). A ferramenta entra em fase restrita de funcionamento, para ajustes e correções de eventuais problemas, enquanto o BC faz a migração do serviço do ambiente de testes para o ambiente real.

O Pix funcionará em horários determinados para um grupo de 1% a 5% dos clientes de cada instituição financeira aprovada para operar a ferramenta. Os clientes autorizados a participar da fase restrita já foram comunicados pela instituição correspondente.

O novo sistema entrará em operação para todos os clientes no próximo dia 16. Na fase restrita, o Pix funcionará das 9h às 22h, de segunda a quarta-feira. Às quintas, o serviço reabrirá às 9h e só terminará de funcionar às 22h das sextas-feiras, para permitir o teste durante a madrugada.

A partir da próxima segunda (9), as instituições financeiras poderão elevar gradualmente o número de clientes aptos a participar do Pix, até que o sistema entre plenamente em operação, no próximo dia 16, com a possibilidade de fazer pagamentos e recebimentos 24 horas por dia por toda a população.

pix caixa
Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Registros

Desde 5 de outubro, os clientes podem registrar as chaves digitais de endereçamento. Segundo o balanço mais recente do BC, até a última quinta-feira (29) mais de 50 milhões de chaves tinham sido cadastradas. Como cada pessoa pode ter mais de uma chave, o número exato de pessoas registradas é desconhecido.

As chaves funcionarão como um código simplificado que associará a conta bancária ao número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), e-mail, número do celular ou uma chave aleatória de 32 dígitos. Em vez de informar o número da agência e da conta, o cliente apenas informa a chave para fazer a transação.

Uma pessoa física pode criar até cinco chaves por conta corrente. Para empresas, o limite aumenta para 20.

Instantaneidade

Por meio do Pix, o cliente pode pagar e receber dinheiro em até dez segundos, mesmo entre bancos diferentes. Diferentemente da Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou do Documento de Ordem de Crédito (DOC), que têm restrições de horário, o Pix funciona 24 horas por dia. Por questões de segurança, cada instituição financeira definirá um valor máximo a ser movimentado, mas o BC estuda criar modalidades para a venda e compra de imóveis e de veículos que permitam a movimentação instantânea de grandes quantias.

Para as pessoas físicas e para os microempreendedores, as transações serão gratuitas, exceto nos casos de recebimento de dinheiro pela venda de bens e de serviços. As pessoas jurídicas arcarão com custos. As tarifas dependerão de cada instituição financeira, mas o BC estima que será R$ 0,01 a cada dez transações.

O Pix servirá não apenas para transferências instantâneas de dinheiro, como poderá ser usado para o pagamento de boletos, de contas de luz, de impostos e para compras no comércio. Com a ferramenta, será possível o cliente sacar dinheiro no comércio, ao transferir o valor desejado para o Pix de um estabelecimento e retirar as cédulas no caixa.

Ampliação

Na última quinta-feira (29), o BC ampliou as funcionalidades do sistema. Com o Pix Cobrança, os comerciantes poderão emitir um QR Code (versão avançada do código de barras fotografada por smartphones) para que o consumidor faça o pagamento imediato por um produto ou serviço. Além disso, será permitido fazer cobranças em datas futuras, com atualizações de juros, multas ou descontos, como ocorre com os boletos.

O BC também obrigou as instituições financeiras que oferecerem o Pix aos usuários recebedores a usar interface de programação padronizada pelo órgão. A medida foi tomada para evitar que um empresário não consiga migrar a conta para outra instituição por causa dos custos de adaptação a um novo sistema de programação.

Recursos do fundo eleitoral são públicos. Ou seja, pertencem à sociedade que patrocina as eleições através dos seus impostos. Cada partido recebe uma quantia e a repassa para os seus candidatos, que podem usar de acordo com suas prioridades. 

Em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira, que concorre à reeleição, recebeu R$ 1,5 milhão do PDT, seu partido, e mais R$ 200 mil do PSD, partido da vice Katarina Feitoza. Até o momento, cinco fornecedores estão na relação entre os maiores da sua campanha, e um deles chama a atenção: Instituto Vozes de Pesquisas e Consultoria Estratégica Ltda

A empresa fica em Maceió, mais precisamente na rua Joaquim Nabuco, 654, bairro Farol. NE Notícias recebeu, com exclusividade, fotos e vídeos da sede da empresa, que pertence ao cientista político Aelisson Batista. 

A sede está abandonada, sem nenhum funcionário, com acesso livre e vários documentos no chão. Para que serviria o valor de R$ 150 mil pagos pela campanha de Edvaldo a uma empresa de Maceió, sem sede? 

Como o dinheiro é público, fica a interrogação: será que esse mesmo contrato seria pago por Edvaldo, pessoa física, para fazer consultoria? Dificilmente. Essa pode ser uma das consultorias mais caras da campanha a prefeito da capital.

Após declarar o endereço de uma empresa da qual é proprietário e o endereço não existir, o candidato a prefeito de Itabaiana, Edson Passos (MDB) tem revelada mais uma situação no mínimo estranha, novamente no registro de sua candidatura junto ao TSE. É que, pelo que declara, ele é sócio da empresa FORTBITCOINS TECNOLOGIA DIGITAL LTDA.

Apesar dos problemas anunciados nacionalmente pela mídia em relação a empresas desse tipo de ramo, cujos escândalos são recorrentes e de amplo conhecimento público, não seria nada demais o candidato ser sócio da FORTBITCOINS se não fosse por um “detalhe”: a empresa não existe mais!

Segundo informa a Receita Federal do Brasil, a data da baixa da empresa FORTBITCOINS TECNOLOGIA DIGITAL LTDA foi em 19/06/2019. Ainda segundo a Receita Federal, o motivo da baixa teria sido “extinção por encerramento, liquidação voluntária”. Dessa forma, o candidato Edson Passos não pode nem alegar desconhecimento do fato, uma vez que o fechamento da FORTBITCOINS foi uma decisão voluntária.

Portanto, além do problema da informação incorreta ao TSE, Edson Passos ainda tem mais um problema para resolver: é que a própria Receita, no documento que confirma o fim da empresa FORTIBITCOINS, ressalva “aos órgãos convenentes o direito de cobrar quaisquer créditos tributários posteriormente apurados”.

Catamarã de turismo afundou no Rio Sergipe, nas imediações do Iate Clube de Aracaju, no último dia 11 de outubro.

O maior e mais caro equipamento turístico de Aracaju custou U$$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil dólares), dinheiro do Prodetur. O contrato pode ter sido feito sem licitação.

Denuncias apontam que o catamarã foi doado como cortesia para uma empresa particular administrar. Tudo isso, repetindo, sem lcitação.

A mesma empresa administra mais dois catamarãs: Mangue Seco e o da Foz do São Francisco.

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Descubra Sergipe / Facebook / Reprodução

A denúncia é do administrador e gestor de pesca, Humberto Eng, o primeiro a administrar o catamarã Parnamirim, por licitação, em 1991.

Segundo ele, o Governo de Sergipe é proprietário de 6 catamarãs entregues a empresas – proprietárias de escunas e catamarãs particulares -, sem licitação:

“Onde está a fiscalização do Ministério Público e da Secretaria de Estado do Turismo? Por que e para que o estado necessita ser proprietário desses barcos hoje? Por que não passá-los de vez para a iniciativa privada através de leilão e usar o dinheiro arrecadado para promover e divulgar o turismo náutico de Sergipe?”

Parnamarin

O Catamarã Parnamirim estava ancorado às margens do Rio Sergipe, nas proximidades do Iate Clube de Aracaju, e ficou inclinado, com um de seus flutuadores alagado.

A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União, deflagrou a Operação CARTÃO VERMELHO, na manhã desta terça-feira, 03/11. Estão sendo cumpridos 27 Mandados de Busca e Apreensão, em domicílios de investigados, em Fortaleza/CE, São Paulo/SP e Pelotas/RS. O trabalho conta com a participação de 120 policiais federais e 22 servidores da CGU.

A operação decorre de Inquérito Policial instaurado em junho de 2020, para apurar crimes de corrupção, malversação/desvio de recursos públicos federais e fraude em procedimento de dispensa de licitação, no contexto do enfrentamento ao coronavírus, em Fortaleza/CE, em específico no Hospital de Campanha montado no Estádio Presidente Vargas.

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Hospital Emergencial de Campanha do Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza — Divulgação

A Polícia Federal apontou indícios de atuação criminosa de servidores públicos da secretaria municipal de saúde de Fortaleza/CE, gestores e integrantes da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão, dirigentes de organização social paulista contratada para gestão do hospital de campanha e empresários.

 A investigação demonstrou indícios de fraude na escolha da empresa contratada em dispensa de licitação; compra de equipamentos de empresa de fachada; má gestão e fiscalização da aplicação dos recursos públicos no hospital de campanha e sobrepreço nos equipamentos adquiridos, comparando-se com outras aquisições nacionais sob mesmas condições no contexto de crise pandemia. A investigação policial aponta prejuízos aos cofres públicos superiores a R$ 7 milhões de reais, tendo sido autorizado pela Justiça Federal o bloqueio desses valores em contas das pessoas jurídicas investigadas.

As investigações continuam com análise do material apreendido na operação policial e do fluxo financeiro dos suspeitos. Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, ordenação de despesa não autorizada por Lei e organização criminosa, e, se condenados poderão cumprir penas de até 33 anos de reclusão.

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Arturo Paganini / ASN

O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), será recebido nesta terça-feira, 3, em Brasília, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

A audiência está agendada para às 15h com previsão de realização em meia hora.

A audiência foi pedida pelo governador.

Pesquisa de Opinião Pública executada pelo Instituto de Pesquisa Consultoria Técnica de Serviços (CTAS) no município de DIVINA PASTORA, aponta uma vantagem considerável da candidata à prefeita Clara Rollemberg (PP) em relação a Show Rica (PDT). 

Foram ouvidos 500 eleitores, sendo que destes, 58,20% disseram que votariam em Clara, contra 33% de Show Rica. Não souberam ou não responderam: 7,40%. Afirmaram que votariam nulo ou em branco, 1,40%.

dados pesquisa
Mindandi / Freepik

No quesito rejeição, os percentuais se alteraram. Disseram que não votariam em Show Rica, 55,20% dos eleitores. Já Clara Rollemberg ficou com 32%. 11,40% não souberam ou não responderam. Nulo e branco somaram 1,40%.

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de outubro junto a 500 eleitores. A margem de erro é 4,5%, com nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TRE/SE com o número 07412/2020.

O Banco Central (BC) aprovou novas funcionalidades para ampliar os casos de uso do Pix, o pagamento instantâneo brasileiro.

Entre as novidades, estão o Pix Cobrança e a integração aos usuários recebedores, como estabelecimentos comerciais e empresas, por meio da API Pix.

No Pix Cobrança, os lojistas, fornecedores, prestadores de serviço e demais empreendedores poderão emitir um QR Code para realizar pagamentos imediatos, em pontos de venda ou comércio eletrônico, por exemplo, ou cobranças com vencimento em data futura. Neste caso, é possível configurar outras informações além do valor, como juros, multa, descontos. É uma funcionalidade parecida com o que ocorre hoje com boleto.

Outra novidade é que as instituições financeiras e de pagamento que desejarem fornecer o serviço de integração aos usuários recebedores deverão adotar a interface de programação de aplicações (API) padronizada pelo BC. Isso significa mais facilidade para os empreendedores escolherem onde manter sua conta e mais eficiência para que as software houses promovam a integração do Pix aos seus sistemas. A API Pix contempla funcionalidades de criação e gestão de cobranças, verificação de liquidação, conciliação e suporte a processos de devolução.

Sem a API padronizada, o empresário que queira mudar de conta precisaria reconfigurar seus sistemas de gestão para APIs diferentes. Essa situação pode deixar o empresário “travado” (locked-in) em uma instituição devido aos custos de mudar para outra.

Outras atualizações

A nova versão do regulamento também agrega outras regras. Confira algumas:

Uso comercial por pessoa física: o envio de pagamentos é gratuito e ilimitado para as todas as pessoas físicas, empresários individuais e MEIs. Aos que adotarem o Pix para fins comerciais, poderão ser tarifados no recebimento da transação. São dois os critérios que configuram a atividade comercial e, portanto, passíveis de tarifação:

  1. Recebimento da transferência por QR Code Dinâmico;2)Recebimento de mais de trinta transações com Pix no mês, por conta. Neste caso, a tarifa pode ser praticada a partir da 31ª transação.
  2. Caso a conta do usuário recebedor pessoa física, empresário individual ou MEI seja utilizada exclusivamente para fins comerciais, a instituição poderá definir critério específico para configurar a situação de recebimento com finalidade compra, desde que assim definido no contrato.
  3. Penalidades aos participantes: as instituições participantes ou em processo de adesão ao Pix estão sujeitas a multas e outras penalidades decorrentes de infrações cometidas no arranjo. As multas variam de R$50 mil a R$1 milhão, podendo aumentar ou diminuir conforme a capacidade econômica do infrator e o percentual de sua participação no total das transações do arranjo. Em situações mais graves, o BC pode impor as penalidades de suspensão ou exclusão do participante.

Clique para ler a Resolução BCB 30.
Clique para ler a Resolução BCB 31.

Propostas que dão autonomia ao Banco Central para executar a política monetária (determinar a quantidade de moeda em circulação, a oferta de crédito e as taxas de juros na economia brasileira para controlar a inflação) estão em discussão no Congresso Nacional desde a década de 1990 e nunca se chegou a um consenso para aprová-las.

Divergências a respeito da função do Bacen e do que a economia e o país podem ganhar ou perder com diretores tendo mandato fixo nunca foram apaziguadas entre os dois campos opostos. Para os favoráveis à garantia de mandato com prazo determinado para o presidente e os diretores do Banco Central, a autonomia impedirá trocas de dirigentes pela simples vontade presidencial ou por pressões político-partidárias e eleitorais. Também acreditam que dará segurança jurídica às decisões econômicas e evitará cenários como os de presidentes da República concorrendo à reeleição que não permitem ao BC elevar juros, causando instabilidade no mercado antes de renovar seu mandato, por exemplo.

Já os que são contra a tese defendem que o desalinhamento institucionalizado entre a diretoria do banco e o Executivo gera prejuízos ao país, já que o governo perde a capacidade de estimular o crescimento da economia em épocas de crises, como a que o mundo vive com a pandemia de covid-19, utilizando a política monetária em sintonia com a política fiscal (arrecadação de receitas e execução de despesas buscando crescimento com baixo desemprego, estabilidade de preços e distribuição de renda). Além disso, o Bacen poderia passar a se submeter aos interesses do mercado financeiro.

Tornar o Banco Central autônomo foi uma das promessas de campanha do então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, em 2018.

O PLC 19/2020 dá autonomia, não independência ao BC: sendo autônomo, ele ainda tem algum grau de subordinação ao governo federal, sendo independente, pode implantar políticas monetárias sem discussão prévia com nenhuma esfera de poder.

Missão

O Banco Central é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia, cujo propósito fundamental é manter a inflação sob controle, próxima à meta estabelecida que varia ao longo dos anos. Para fazer com que as expectativas de inflação se aproximem dessa meta (4% para 2020), a instituição usa como instrumento a taxa de juros básica (Selic), elevando-a ou diminuindo-a de acordo com o cenário econômico.

— Uma inflação alta penaliza toda a sociedade e especialmente os mais pobres que não conseguem se proteger da perda do poder de compra. Assegurar níveis baixos de inflação, ou proteger o poder de compra da população, aliados à promoção de crescimento econômico, é o principal objetivo do Banco Central — explicou à Agência Senado o consultor legislativo Benjamin Tabak.

O Bacen também é o “banco dos bancos”, atua para manter o fluxo de recursos necessários ao bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), para que as instituições cumpram suas obrigações e para que haja a quantidade ideal de moeda disponível e circulando, liquidez no mercado.

Algumas correntes econômicas defendem que o Bacen deveria ter “mandato legal duplo”, como já ocorre em outros países desenvolvidos como os Estados Unidos, com o Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, ou seja: que ao lado de conter a inflação (o mandato oficial, no caso brasileiro), esteja explícito que sua missão também seja a geração de emprego e renda, o que garantiria a atuação sintonizada de Banco Central e Tesouro Nacional. A versão do PLP 19/2019 que vai ao Plenário nos próximos dias menciona a preocupação com o emprego e a renda, e o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, veio ao Senado na quinta-feira (29) para referendar o texto elaborado pelos parlamentares.

Mandato

A presidência do Banco Central, hoje ocupada pelo economista Roberto Campos Neto, e os outros oito integrantes da diretoria colegiada são indicados pelo presidente da República e passam por sabatina e aprovação no Senado Federal. Mas o Executivo pode demiti-los quando quiser, sem precisar de justificativas. Esse é o principal ponto a ser alterado pelo PLP 19/2019 – Complementar. Ao estabelecer um mandato fixo para os diretores, o Bacen ganha autonomia em relação ao governo federal, apesar de ainda precisar se submeter ao Conselho Monetário Nacional (CMN). No entanto, a ideia está longe de ser consensual.

Na opinião do consultor legislativo Benjamin Tabak, que acompanha o andamento do PLP 19/2019 no Senado, hoje o Bacen já opera com bastante autonomia, mas essa atuação fica à mercê do governante da vez. Por isso, é importante assegurá-la em lei.

— O Banco Central já atua com autonomia de fato para realizar sua política monetária. O PLP 19/2019 garante a autonomia de direito. A autonomia de direito ajuda a reduzir as pressões políticas sobre as decisões do Banco Central. Os países desenvolvidos já têm bancos centrais com autonomia de direito. Essa autonomia é essencial para que o Bacen possa desenvolver suas atividades livres de potenciais pressões e aumenta a credibilidade da política monetária. Ainda que, atualmente, exista essa autonomia, nada garante que os próximos governos a manterão. Ao solidificar a autonomia em lei, fica mais difícil que governos futuros retrocedam nesse aspecto — opinou.

A autonomia, acrescentou Tabak, permite que a entidade possa atingir o objetivo de controlar a inflação e sinaliza de forma positiva ao mercado, aos investidores e à população que buscará atingi-lo de forma adequada, mesmo com eventual troca de governo com ideologias distintas.

Já para o economista Bruno Moretti, o Bacen não deveria atuar com autonomia em relação ao governo federal, principalmente num contexto de crise econômica, quando o governo precisa usar instrumentos monetários e fiscais combinados para estimular a retomada do crescimento e a geração de emprego e renda. Por isso, para ele, a proposta não deveria ser aprovada.

— Não concordo com a tese de que é preciso se livrar das influências políticas para que o Banco Central desempenhe adequadamente a sua função. Na verdade, esse conceito de autonomia do Banco Central é um conceito falso, ele não será um Banco Central autônomo, haverá um risco muito grande de captura da política monetária pelas pressões de mercado, e é isso que me preocupa e me faz ser contrário à autonomia, precisamente o risco que há de captura do Banco Central e da política monetária pelo mercado — disse em entrevista à Agência Senado.

Moretti explicou que o Bacen operando em harmonia com o Tesouro Nacional é fundamental para não ceder a pressões do mercado, e a autonomia em relação ao governo eleito, seja ele qual for, pode causar dificuldades de coordenação dos esforços de política econômica e fiscal para promover o crescimento econômico.

O economista acrescentou que não adianta comparar o Brasil com outros países desenvolvidos com bancos centrais autônomos (Japão e Estados Unidos, além da União Europeia), já que o momento em que isso foi feito por lá é totalmente distinto do que os brasileiros vivem agora, de crise.

— O momento atual é dos BCs passarem a usar instrumentos de política econômica não convencionais. Ou seja, as taxas de juros já estão muito baixas, você precisa atuar com outras políticas para estimular a retomada da economia, com o lado monetário. São as chamadas políticas de afrouxamento monetário. O momento do mundo é de integrar os BCs ao esforço de reconstrução da economia, não de fazer um BC autônomo e com mandato único — detalhou.

Rogério Carvalho

O líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), também se manifestou, via Twitter: “O PT é CONTRA este projeto! E ainda tem gente que quer colocar o nosso posicionamento em dúvida com suposições fantasiosas”.

O observatório de Sergipe apurou e divulgou nessa sexta-feira (30), a abertura de 3.511 postos de trabalho no Estado. As informações se referem ao mês de setembro, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O acúmulo de empregos no mês ficou em 273.578 postos.

“Com o Plano de Recuperação da Economia a todo vapor, com as ordens de serviços celebradas e as obras já em execução de recuperação da malha viária em muitos municípios, acredito que continuaremos com saldos positivos de empregos, visto que, quando uma obra dessa está em execução, a economia da região é impulsionada”, disse o governador Belivaldo Chagas.

Dados do Caged pontuam que o setor que mais empregou foi a indústria, com 1.898 postos, seguido da agropecuária, com 659. No cenário geral, foram admitidas 8.659 pessoas, demitidas 5.148, com saldo positivo de 3.511. Para o coordenador do Observatório de Sergipe, Ciro Brasil, essa variação tanto na indústria, quanto a agropecuária ocorre todos os anos devido a safra de cana de açúcar e produção de álcool etílico. 

“Esse mês é um alento. É um alento e já era esperado, pois Sergipe vem sentindo muito os efeitos da pandemia. No saldo dos últimos 12 meses, nós temos um valor negativo. Com inicio e fim da safra de cana de açúcar acontece uma oscilação muito grande de empregos em Sergipe”, explicou Ciro.

Dos cinco setores observados, apenas o setor Serviços foi o que fechou empregos em Sergipe, com saldo de 42 vagas negativas. Na construção, especificamente na construção de edifícios, foram 303 vagas positivas. Já no Comércio, a atividade classificada por comércio varejista teve saldo positivo de 449 postos de trabalho.