Durante a Sessão Plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual de Sergipe, Linda Brasil (Psol), solicitou Explicação Pessoal para repudiar a distorção de sua fala e acusações sem provas feitas pelo deputado bolsonarista Luizão Dona Trampi (União Brasil).  A deputada lamentou que, na véspera do Dia Internacional da Mulher, a Casa Legislativa Estadual tenha sido palco de falas misóginas e contrárias às reivindicações vindas dos movimentos pelos direitos das mulheres. 

A Explicação Pessoal foi usada após o deputado Luizão usar a tribuna para contrapor a explanação da deputada Linda Brasil, que discursou, na tribuna, sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade brasileira, destacando o feminicídio, a violência doméstica e a falta de representatividade na política, e apresentou uma carta com algumas propostas e reivindicações feitas por movimentos da sociedade civil organizada com o objetivo de fortalecer a luta por justiça social e igualdade de gênero.

“É muito simbólico que, na véspera do Dia da Mulher, um deputado bolsonarista suba à tribuna para atacar a primeira mulher trans eleita para ocupar um espaço nesta Casa, justamente quando ela fala sobre pautas da mulher. É isso que o movimento bolsonarista faz. Eles são perversos. Eles distorcem as nossas narrativas. É lamentável que ele não tenha aproveitado a oportunidade para falar sobre as demandas da população, mas sim para me atacar nesse momento tão representativo para nós mulheres”, desabafou Linda.

A parlamentar criticou o fato do deputado ter feito acusações a membros do seu partido, sem nenhum tipo de prova.

“Não vou aceitar fake news contra o meu partido. Se o senhor foi vítima de violência, que eu repudio veemente, que faça as denúncias aos órgãos competentes, mas apresente provas. O deputado não pode subir aqui, de maneira irresponsável, para fazer acusações contra quem quer que seja sem nenhuma prova. Isso é muito grave”. 

Disparou Linda Brasil

Linda Brasil reforçou o seu compromisso com a luta pelos direitos das mulheres. “Eu subi para apresentar pautas e ações do movimento que se organiza, coletivamente, para combater o racismo, o machismo e toda sonegação de direitos contra nós, mulheres. E assim continuarei fazendo. Não vou me calar. E também não aceitarei que esse movimento perverso se aproveite das minhas falas, use-as de maneira distorcida, tudo em troca de audiência. Eles usam essas estratégias, criando pautas polêmicas, com o intuito de tirar o foco das discussões centrais. É importante que estejamos atentas e combatendo essas práticas perversas que já são conhecidas. Vamos continuar lutando por uma sociedade onde nós, mulheres, possamos nos expressar, cobrar nossos direitos e sejamos respeitadas”, finalizou a deputada.