Foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), com sua experiência como delegado de polícia, que, antes do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), citou o nome de Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara Federal, no caso da Covaxin.
O jornalista José Casado, de Veja.com, relatou o que ocorreu na CPI da Covid-19:
No Senado, os irmãos Miranda apresentaram seu relato sobre irregularidades na compra da vacina indiana. O deputado contou a conversa com Bolsonaro, em março, no Palácio da Alvorada.
Lembrou detalhes, como a resposta de Bolsonaro ao ouvi-los e olhar os papéis: “É mais um rolo desse…” O presidente sabia quem era, falou de um parlamentar, deputado e da base governista, mas Luis Miranda repetiu uma dezena de vezes que não lembrava o nome.
– Coragem, deputado… Isso aqui é uma coisa muito séria — instigou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
– E como é que eu provo se o presidente disser que eu estou mentindo, senador?
— O senhor voluntariamente assumiu o compromisso de dizer a verdade aqui, mas lhe falta coragem pra dizer — insistiu Vieira.
— Nós temos documentos — arriscou a senadora Simone Tebet (MDB-GO).
Vieira prosseguiu: — O senhor assumiu o compromisso e, agora, aqui, diante do Brasil, não tem a coragem de falar o nome. Eu falo: deputado federal Ricardo Barros.
Simone Tebet viu uma oportunidade: – Bom, deputado, vossa excelência, só confirma que sabe e não quer dizer…
– Eu sei o que vai acontecer comigo.
– Eu entendo a posição de vossa excelência, mas só confirma que sabe qual é o nome do deputado e nós vamos buscar…
Miranda não resistiu: – A senhora também sabe que é o Ricardo Barros que o presidente [Bolsonaro] falou.