Instituições de saúde de todo o país poderão aderir à edição de 2021 do Exame Nacional de Residência (Enare), realizado pela Empresa Brasileira de Serviços hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a partir da próxima segunda-feira, 20.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro nesta quinta-feira, 16. O Enare foi criado pelo MEC com o objetivo de otimizar a forma de selecionar os residentes, oferecendo benefícios para as instituições e para os próprios candidatos, como foi percebido na primeira edição, realizada no ano passado.

“Na primeira edição, as universidades federais participantes tiveram menos vagas ociosas e, para os candidatos, o ‘Enem da Residência’ apresentou vantagens como custo menor e data única para a realização das provas, dentre outras”, explicou o ministro.

Com a expansão do Enare, poderá ser oferecido um quantitativo muito maior de vagas de residências das áreas médica, multi e uniprofissional, devido à adesão de outras instituições públicas ao programa. De 20 a 24 de setembro, a Ebserh/MEC disponibilizará uma plataforma para que as instituições interessadas possam se cadastrar.

Durante o período de cadastramento, o link para a plataforma será amplamente divulgado.

O Ministério da Saúde já se pronunciou favorável à adesão, com mais de 150 instituições vinculadas à pasta podendo participar do Enare neste ano, que trará ainda como melhoria a realização das provas em todas as capitais e em mais 20 cidades a serem definidas.

“Fizemos um piloto bastante exitoso em 2020 e resolvemos estender a iniciativa para um âmbito maior, incluindo outras instituições públicas, que poderão otimizar seus processos seletivos e economizar recursos públicos. Estamos caminhando para que o Enare se torne o grande exame de residência do país, nos mesmos moldes do Enem, em relação ao ensino médio. Isso beneficiará milhares de residentes e centenas de instituições brasileiras”, declarou o presidente da Rede Ebserh/MEC, Oswaldo Ferreira.

“Na primeira edição, as universidades federais participantes tiveram menos vagas ociosas, eliminaram os custos e a carga burocrática da realização dos exames individuais e ampliaram a qualificação da seleção. Para os candidatos, o exame unificado apresentou vantagens como custo menor, data única para a realização das provas, aplicação em todas as capitais, possibilidade de escolha de onde o residente queria atuar, dentre outras”, completou.

O sistema de classificação do Enare é muito próximo ao Enem/Sisu, em que o candidato sai com a nota alcançada na especialidade escolhida após as provas e a utiliza para indicar onde pretende atuar.

O sistema fica aberto por um tempo determinado para que cada candidato registre o local de sua preferência.

As melhores notas se sobrepõem às menores, determinando, ao fechar, quem ocupará as vagas. Em seguida, ele é aberto novamente para preencher as vagas ociosas e para a formação de cadastro reserva, reduzindo muito a possibilidade de deixar vagas ociosas.

A primeira edição do exame contou com 4.169 inscritos disputando 304 vagas para 41 especialidades de Residência Médica, oito para a Residência Uniprofissional (entre Enfermagem e Física Médica) e 93 para a Residência Multiprofissional, que incluiu enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, odontólogos, nutricionistas e profissionais de Educação Física. Essas vagas do Enare piloto de 2020 foram voltadas para oito hospitais da Rede Ebserh/MEC e um hospital militar.

“Vislumbramos a necessidade de fazer um exame que resolvesse alguns problemas, principalmente ociosidade em algumas vagas. Às vezes, não tínhamos a especialidade que queríamos em determinado local, por exemplo. Com o exame piloto, conseguimos outros benefícios como maior acessibilidade, permitindo que o profissional de saúde não tivesse que viajar o país inteiro para fazer parte de vários certames”, destacou o vice-presidente da Ebserh, Eduardo Vieira.

Enare no HU-UFS

Em 2020, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) e o Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS), vinculados à Rede Ebserh, participaram da primeira edição do Enare, com a oferta de 119 vagas entre programas de residência médica e multiprofissional. O gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFS/Ebserh, Roque Pacheco, garante que ambos os hospitais oferecerão cerca de 150 vagas para as residências médica e multiprofissional na edição de 2021 do Enare.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.

Concurso da Mega-Sena – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Duas apostas acertaram as seis dezenas do concuros 2.410 da Mega-Sena, sorteadas pela Caixa na noite de sábado (18) em São Paulo. O prêmio para cada acertador será de R$ 12,5 milhões.

As dezenas sorteadas foram 7 – 10 – 27 – 35 – 43 – 59.

A quina teve 93 ganhadores, cabendo a cada um o prêmio de R$ 31.102,36. Com 5.939 acertadores, a quadra pagará R$ 695,76 a cada um.

O próximo concurso da Mega-Sena será sorteado na quarta-feira (22).

Nota

Diante do incêndio ocorrido na tarde do último sábado, 18, em uma casa, no município de Gararu, que vitimou os irmãos gêmeos, I. F. e H. F, com idade de 5 anos, além de atingir mais cinco pessoas, entre elas o pai, a mãe e o irmão mais velho das crianças, o superintendente do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), Walter Pinheiro, informa que cinco pessoas que tentaram ajudar a salvar as crianças do incêndio deram entrada no hospital, trazidas pelo Serviço Móvel de Urgência (SAMU). 

Foram elas:

Neutênia Daniele Fróes, 34, mãe dos gêmeos. A paciente é considerada grave, chegou consciente na Área Vermelha, precisou ser intubada depois de ser diagnosticada com lesão inalatória importante, 45% de área corpórea queimada, foi para o centro cirúrgico para os cuidados com os curativos e debridamentos, encaminhada para a Unidade de Terapia de Queimados, onde segue em tratamento.

Pedro Fonseca, 37, pai dos gêmeos. Chegou com quadro estável, foi conduzido para a Sala de Sutura com menor gravidade e transferido para a Área Verde Trauma de onde recebeu alta médica nesta manhã.

Antony Augusto Fróes, 18, irmão dos gêmeos. Chegou com quadro estável, foi conduzido para a Sala de Sutura com menor gravidade e recebeu alta médica.  

Ubiratan Vieira Silva, 36, vizinho dos gêmeos. Estava na cena na tentativa de salvamento das crianças, segue internado intubado para preservação das vias aéreas na Área Vermelha com diagnóstico de lesão inalatória, a qualquer momento irá para a Unidade de Terapia de Queimados.

Raul Franklin Silva, 27, vizinho dos gêmeos. Chegou com quadro estável, foi conduzido para a Sala de Sutura com menor gravidade, medicado e recebeu alta médica.

Como NE Notícias informou, duas crianças – irmãos gêmeos , Higor e Huggo – morreram ontem (18) vítimas de incêndio em Gararu, no Ato Sertão de Sergipe.

Cinco pessoas, também vítimas do incêndio, deram entrada no Huse – Hospital de Urgência de Sergipe.

Declaração do superintendente do hospital, Walter Pinheiro:

(sobre a mãe) É uma paciente grave e está sendo conduzida em breve para o centro cirúrgico para fazer o cuidado com os curativos e será encaminhada para Unidade de Terapia de Queimados, onde terá o seu tratamento conduzido.

Governador lamenta

O governador Belivaldo Chagas (PSD) lamentou o que ocorreu:

Rogo a Deus que ajude na recuperação da mãe destes meninos e conforte o coração desta família.

Municípios do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paolo ficaram às escuras ontem (18), das 21h30 às 22h30.

O governo federal nega que o apagão tenha alguma coisa a ver com a crise hídrica.

Moradores ficaram assustados.

O preço médio da gasolina subiu pela 7ª semana nos postos, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Nos postos pesquisados pela ANP, o maior preço chegou a R$ 7,199 o litro e, o menor foi de R$ 5,19.

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Ranking da gasolina no Brasil

O escritório da deputada federal do Psol Vivi Reis, em Belem (PR), foi invadido e depredado pela segunda vez.

Ontem (18), levaram o notebook de trabalho.

Documentos foram espalhados pelo chão.

Os invasores também destruíram louças de dois banheiros.

Uma mulher foi presa em flagrante por uma equipe do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil de Sergipe, Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), a operação Força-Tarefa do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) de Combate ao Crime Organizado no Estado do Ceará e Polícia Rodoviária Federal. Ela foi flagrada com centenas de munições, drogas e um fuzil.  

Na ação integrada das polícias foi presa uma mulher identificada como Layla Silveira dos Santos, 19 anos. Uma denúncia anônima mostrava que ela trazia droga e armas de São Paulo para Sergipe – mais especificamente para a cidade de Nossa Senhora de Socorro, em um ônibus. 

Após diligências, o ônibus foi encontrado e na mala da investigada encontrada altíssima quantidade de munições, inclusive um fuzil. Também foram apreendidos 35 quilos de maconha, em tabletes. Os policiais apreenderam ainda 200 projéteis de calibre 556, 1.550 munições do tipo 9 milímetros e 100 munições calibre 223. 

As equipes integradas também apreenderam oito seletores de rajada, que podem ser adaptados em armas de fogo da marca Glock. As investigações serão mantidas pelo Denarc, com a troca de informações sendo feitas com equipes de outros estados.

Em Sergipe, nas últimas 24 horas, nenhum óbito com a Covid-19. 16 novos infectados. Desde o início da pandemia, em março de 2020, 6.004 pessoas perderam a vida para a doença.  269.507 pessoas foram recuperadas.

No Brasil, desde o começo da pandemia, já são mais de 80 milhões totalmente imunizadas contra a Covid-19.

Foram aplicadas 221.602.010 doses de vacinas.

BRASIL, 18 DE SETEMBRO DE 2021:

  • Total de pessoas que estão parcialmente imunizadas (que receberam apenas uma das doses necessárias): 141.453.669 (66,31% da população)
  • Total de pessoas que estão totalmente imunizadas (que receberam duas doses ou dose única): 80.054.632 (37,53% da população)
  • Total de doses aplicadas: 221.803.939 (84,75% das doses distribuídas para os estados)
  • 22 estados e o DF divulgaram dados novos: DF, GO, PA, PE, PI, RO, RR, SC, PR, PB, RN, TO, AL, AM, MT, AP, RS, RJ, MA, BA, ES, SP, MS
  • 4 estados não divulgaram dados novos: AC, CE, MG, SE

VACINAÇÃO NOS ESTADOS:

  • AC – 1ª dose: 508.187 (56,04%); 2ª dose + dose única: 246.956 (27,23%); dose de reforço: 0
  • AL – 1ª dose: 1.969.870 (58,53%); 2ª dose + dose única: 998.653 (29,67%); dose de reforço: 0
  • AM – 1ª dose: 2.457.350 (57,55%); 2ª dose + dose única: 1.307.249 (30,61%); dose de reforço: 0
  • AP – 1ª dose: 436.833 (49,78%); 2ª dose + dose única: 175.277 (19,97%); dose de reforço: 0
  • BA – 1ª dose: 9.287.071 (61,97%); 2ª dose + dose única: 4.850.760 (32,37%); dose de reforço: 20507
  • CE – 1ª dose: 5.856.501 (63,38%); 2ª dose + dose única: 3.098.106 (33,53%); dose de reforço: 0
  • DF – 1ª dose: 2.124.079 (68,64%); 2ª dose + dose única: 1.091.089 (35,26%); dose de reforço: 0
  • ES – 1ª dose: 2.683.529 (65,32%); 2ª dose + dose única: 1.640.479 (39,93%); dose de reforço: 26196
  • GO – 1ª dose: 4.520.713 (62,73%); 2ª dose + dose única: 2.330.383 (32,34%); dose de reforço: 0
  • MA – 1ª dose: 3.880.349 (54,25%); 2ª dose + dose única: 2.074.185 (29%); dose de reforço: 0
  • MG – 1ª dose: 14.299.332 (66,78%); 2ª dose + dose única: 7.210.397 (33,67%); dose de reforço: 0
  • MS – 1ª dose: 1.885.390 (66,41%); 2ª dose + dose única: 1.484.250 (52,28%); dose de reforço: 80067
  • MT – 1ª dose: 2.127.489 (59,64%); 2ª dose + dose única: 1.078.971 (30,25%); dose de reforço: 0
  • PA – 1ª dose: 4.300.544 (49%); 2ª dose + dose única: 2.710.035 (30,88%); dose de reforço: 0
  • PB – 1ª dose: 2.653.195 (65,35%); 2ª dose + dose única: 1.262.395 (31,09%); dose de reforço: 0
  • PE – 1ª dose: 6.122.498 (63,28%); 2ª dose + dose única: 3.082.712 (31,86%); dose de reforço: 0
  • PI – 1ª dose: 1.990.142 (60,5%); 2ª dose + dose única: 966.609 (29,39%); dose de reforço: 0
  • PR – 1ª dose: 7.828.272 (67,5%); 2ª dose + dose única: 4.452.449 (38,39%); dose de reforço: 0
  • RJ – 1ª dose: 11.241.114 (64,37%); 2ª dose + dose única: 6.089.011 (34,87%); dose de reforço: 0
  • RN – 1ª dose: 2.254.581 (63,31%); 2ª dose + dose única: 1.268.498 (35,62%); dose de reforço: 0
  • RO – 1ª dose: 1.101.824 (60,7%); 2ª dose + dose única: 520.646 (28,68%); dose de reforço: 0
  • RR – 1ª dose: 277.149 (42,46%); 2ª dose + dose única: 97.096 (14,88%); dose de reforço: 0
  • RS – 1ª dose: 7.931.975 (69,17%); 2ª dose + dose única: 5.015.693 (43,74%); dose de reforço: 0
  • SC – 1ª dose: 5.016.603 (68,36%); 2ª dose + dose única: 2.670.714 (36,39%); dose de reforço: 0
  • SE – 1ª dose: 1.503.629 (64,3%); 2ª dose + dose única: 765.018 (32,71%); dose de reforço: 0
  • SP – 1ª dose: 36.271.743 (77,75%); 2ª dose + dose única: 23.122.236 (49,57%); dose de reforço: 168868
  • TO – 1ª dose: 923.707 (57,47%); 2ª dose + dose única: 444.765 (27,67%); dose de reforço: 0

VACINAÇÃO DE ADOLESCENTES:

Veja a seguir nora da Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde):

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) vêm a público manifestar profundo lamento às recentes decisões do Ministério da Saúde na operacionalização da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Covid-19, com orientações sem qualquer consulta prévia às representações estaduais e municipais da gestão do Sistema Único de Saúde ou mesmo à Câmara Técnica Assessora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Ao implementar unilateralmente decisões sem respaldo técnico e científico, coloca-se em risco a principal ação de controle da pandemia. Apesar de a vacinação ter levado a uma significativa redução de casos e óbitos, o Brasil ainda apresenta situação epidemiológica distante do que pode ser considerado como confortável, em razão do surgimento de novas variantes. 

Conass e Conasems reafirmam sua confiança na Anvisa e nas principais agências sanitárias regulatórias do mundo, que afirmam a segurança e eficiência da vacina Comirnaty, da Pfizer, para crianças com 12 anos de idade ou mais. Também confiamos na Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a aplicação desse imunizante após o término da vacinação dos públicos de risco prioritários.

Manifestamos ainda nossa solidariedade aos milhares de trabalhadores que vêm atuando na Campanha de Vacinação contra a Covid-19. Quando o próprio Ministro da Saúde aponta, em entrevista coletiva, que ocorreram pouco mais de 25.000 aplicações de vacinas diferentes daquela recomendada para os adolescentes, temos que primeiramente considerar se o dado é real, uma vez que erros de registro vêm sendo identificados, tanto por eventual esgotamento dos servidores, como por dificuldades relacionadas aos sistemas de informação. Importante considerar também que o montante referido anteriormente representa 0,75% das mais de 3,5 milhões de doses já aplicadas neste grupo populacional.

Enquanto executores desta importante política pública, Conass e Conasems, baseados nos atuais conhecimentos científicos, defendem a continuidade da vacinação para a devida proteção da população jovem, sem desconsiderar a necessidade de priorizar neste momento dentre os adolescentes, aqueles com comorbidade, deficiência permanente e em situação de vulnerabilidade.

A capacidade de adaptação dos países às mudanças causadas pelo aquecimento global pode acabar, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam drasticamente reduzidos nesta década. Segundo relatório da Chatham House, think tank (instituições que se dedicam a produzir conhecimento sobre temas políticos, econômicos ou científicos) britânica de pesquisa sobre o desenvolvimento internacional, fundada em 1920, as mudanças podem ser irreversíveis entre 2040 e 2050.

O alerta está na Avaliação de Riscos das Mudanças Climáticas, documento desenvolvido para subsidiar as tomadas de decisões dos chefes de Governo e ministros antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), marcada para ocorrer de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.

Para o pesquisador sênior do Programa de Meio Ambiente e Sociedade da Chatham House, Daniel Quiggin, um dos autores do relatório, as metas estabelecidas por muitos países para neutralizar as emissões de carbono e a maior ambição com relação às metas nacionais de redução de gases de efeito estufa são uma esperança. Embora, segundo ele, não passem de promessas.

“Muitos países não têm políticas, regulamentações, legislação, incentivos e mecanismos de mercado proporcionais para realmente cumprir essas metas. Além disso, os NDCs [da sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada] revisados globalmente ainda não fornecem uma boa chance de evitar o aquecimento em 2ºC. Devemos lembrar que muitos cientistas do clima estão preocupados que, além dos 2ºC, uma mudança climática descontrolada possa ser iniciada”, alerta.

As metas nacionais foram determinadas a partir do Acordo de Paris, tratado negociado durante a COP21, em 2015, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. O acordo rege a redução de emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020, para tentar manter o aquecimento global abaixo de 2ºC até o fim do século, num contexto de desenvolvimento sustentável.

Quiggin alerta que as metas definidas ainda não garantem a neutralidade do carbono.

“O balanço zero líquido das emissões depende de tecnologias de emissão negativa, que atualmente não são comprovadas empiricamente em escala comercial. Em resumo, as metas que os países buscam estão se movendo na direção certa, mas ainda não conseguem evitar a devastadora mudança climática. E as políticas de apoio às metas existentes são insuficientes para atingir essas metas”, disse.

Ondas de calor

A avaliação, lançada essa semana em Londres, aponta que a falta de medidas concretas por parte dos governos pode levar a temperaturas extremas a partir da década de 2030, causando 10 milhões de mortes ao ar livre. Ondas de calor anuais podem afetar 70% da população mundial e 700 milhões de pessoas estarão expostas a secas severas e prolongadas todos os anos.

O documento também alerta para a redução de 30% na produção agrícola até 2050 e que 400 milhões de pessoas não poderão mais trabalhar ao ar livre por causa do aquecimento global. Para 2040, há uma expectativa de perda de rendimento de pelo menos 10% nos quatro principais países produtores de milho: Estados Unidos, China, Brasil e Argentina.

Na virada do próximo século, um aumento de 1 metro no nível do mar pode aumentar a probabilidade das grandes inundações em cerca de 40 vezes para Xangai, 200 vezes para Nova York e mil vezes para Calcutá.

Segundo Quinggin, os atuais esforços globais para conter o aquecimento dão ao mundo menos de 5% de chance de manter o aquecimento abaixo de 2°C.

“Sem ações radicais em todos os setores, mas especialmente dos grandes emissores, temperaturas extremas, quedas dramáticas nos rendimentos agrícolas e secas severas prolongadas provavelmente resultarão em milhões de mortes adicionais na próxima década. Ainda há uma janela de oportunidade real (embora ela esteja se fechando) para uma ambição muito maior de todos os governos, para evitar os impactos mais catastróficos das mudanças climáticas”.

A avaliação da Chatham House indica que o ritmo atual dos esforços de descarbonização podem segurar o aquecimento até 2100 em 2,7°C, mas a chance de a temperatura média do planeta subir 3,5°C é de 10%. O pesquisador explica que as restrições de mobilidade ocorridas por causa da pandemia da covid-19 contribuíram apenas momentaneamente para a redução das emissões.

“Nós consideramos isso, mas dado que as emissões se recuperaram muito rapidamente, e agora estão subindo novamente, o breve alívio oferecido pelos bloqueios nas emissões foi insuficiente para mudar nossa avaliação do ritmo e gravidade das mudanças climáticas”, explica.

A Avaliação de Riscos das Mudanças Climáticas é o primeiro de uma série de relatórios de pesquisa aprofundados que a Chatham House vai lançar até a COP26, analisando as consequências do aquecimento do planeta e indicando as ações que precisam ser tomadas para evitar o desastre climático. O trabalho é feito por cientistas e analistas políticos no Reino Unido e na China.