A onda do sigilo chegou na SEDUC e entidade sindical

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (de quem não temos nenhuma saudade) criou o famigerado orçamento secreto e, para proibir as informações, usou o sigilo de 100 anos.

Pouco tempo se passou, a entidade sindical – por ironia do destino – reproduz o sigilo de informações. Nessa perspectiva, pergunta -se: por que o sigilo? Será que a novidade é tão boa que ninguém deve saber?

O princípio da publicidade – tão peculiar no Direito Administrativo – está sendo descumprido pela SEDUC, ou não? No campo sindical, o estatuto não deve ser respeitado no que tange à publicidade de informações? Ou os adeptos não têm importância? Cada acordo efetivado deve ser comunicado aos adeptos? O estatuto é só uma regra que é cumprida ao bel-prazer de quem dirige a entidade sindical? A quem interessa o sigilo? Os adeptos comungam com a prática do sigilo sindical?

Muitas perguntas, muitas omissões. É nítido que estamos presenciando algo inédito na história do Brasil: sindicato sentar com o patrão e ambos combinarem o sigilo de informações. Será que o ex-presidente Bolsonaro trouxe uma nova moda acatada pelos governos e pelo campo sindical?

Já sabemos que não teremos respostas às indagações feitas tanto do campo governista quanto do campo (aliado) sindical. Entretanto, esperamos que essa prática não vire uma rotina, pois um princípio está sendo ferido principalmente no âmbito da administração pública.

Um outro procedimento prejudicial à classe trabalhadora e muito conhecido no campo sindical: o peleguismo. Todos sabem que o princípio da publicidade e da legalidade deve ser cumprido pelo poder público, ou não?

Portanto, sejamos bem-vindos à era do sigilo.
Com a palavra, você, caro leitor.

Direção da ADRPES
Associação Docente das Redes Públicas do Estado de Sergipe