Sindimed

O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed), mais uma vez, denuncia a falta de plantonistas obstetras no Centro Obstétrico Doutora Leonor Barreto Franco, no município de Capela.

Desde quando foi feita a primeira denúncia, em 2017, houve poucos avanços e o cenário continua o mesmo; ou seja, escala médica incompleta, e consequentemente em alguns dias as pacientes ficam desassistidas de atendimento médico, sendo assim, encaminhadas para outras localidades por falta de plantonistas. 

Para dar vazão à demanda, seria necessária uma escala completa com 14 plantonistas, dois por plantão.

Atualmente, a escala médica que atende na unidade de Saúde conta apenas com 4 plantonistas.

Centro Obstétrico de Capela – SES

Nos dias de plantão completo, chega a se formar uma fila de gestantes na porta da maternidade; mas com o fechamento quase que diário pela falta de obstetras, a procura tem diminuído e quando as parturientes chegam, são acolhidas pela equipe de enfermagem e encaminhadas a outras maternidades, se for necessário. 

O médico obstetra Marcelo Oliveira, que trabalha no local há 13 anos, relata para o Sindimed que durante estes quatro anos não houve nenhuma melhora. “O governo do Estado além de não contratar mais obstetras, retirou os neonatologistas para trabalhar na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, com alegação de que seriam necessários por conta da pandemia”. 

O médico ainda disse, que existem diversos obstetras que foram aprovados no Processo Seletivo Simplificado (PSS) e aguardam a contratação para completar a escala. “Se, no passado, foi usada como desculpa a falta de interesse dos profissionais em trabalhar em Capela, a simples oferta de vagas desmentiu essa falácia. Os médicos selecionados são suficientes para o funcionamento ininterrupto da unidade”. 

Dificuldade

Para o doutor Marcelo, a maior dificuldade de atuação que ele enfrenta é a falta de continuidade dos plantões. “Todos os procedimentos têm que ser finalizados dentro do plantão de 24 h, nenhuma pendência pode ficar para o dia seguinte, o que aumenta muito o número de cesáreas; outro problema é a falta de um auxiliar para as cirurgias. As enfermeiras têm ajudado, mas apenas nos procedimentos de urgência”, conta. 

O médico acrescenta que o mesmo acontece, sem tanto alarde, nas maternidades de Nossa Senhora da Glória e de Propriá. As equipes estão cada dia mais desmotivadas. 

Escala

A escala de obstetras está incompleta quase todos os dias da semana, sendo apresentada da seguinte forma: não tem obstetras nas segundas-feiras, nas terças, durante o dia; no período da noite o desfalque se dá nas quartas e sextas-feiras.

Não tem neonatologista aos domingos; apenas os anestesistas têm todos os dias, já que o serviço é prestado pela cooperativa (Coopanest).

 Diante dos fatos, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe encaminhará esta denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE), e em caráter de urgência solicitará uma reunião com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) com o intuito de mais uma vez, reivindicar soluções imediatas para a evidente desassistência que a população da região vem sofrendo ao longo destes anos.