Assessoria de Comunicação

Estabelecido em decreto publicado pela Prefeitura de Aracaju no dia 28 de abril, o uso de máscaras é obrigatório em locais públicos da capital sergipana. Entretanto, antes mesmo da obrigatoriedade, o uso já era recomendado, visto que a máscara se tornou um importante recurso de bloqueio da propagação da Covid-19. 

Porém, de acordo com as orientações gerais publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as máscaras faciais de uso não profissional em crianças menores de dois anos, o uso é contraindicado, visto que o risco de contaminação se torna maior que a chance de proteção contra o vírus. 

Maria Flor ganhou máscara, mas o chapéu com protetor ficou mais confortável na saída para pediatra – Arquivo Pessoal

“Criança menor de dois anos tem uma certa dificuldade para o uso de máscara. Eles não costumam aceitar e na criança menor de um ano é até contraindicado pela retenção de CO2. O ideal mesmo é que as crianças menores de dois anos fiquem em isolamento social. Nos casos em que é necessário sair, existem os protetores faciais, que normalmente pode ser que a criança aceite melhor. Mas não é algo que a gente tenha certeza [de não contaminar]. O ideal mesmo é o distanciamento social”, explica o coordenador pediátrico da UPA Fernando Franco, William Barcelos. 

Sendo o protetor facial o recurso mais viável para os momentos onde é necessário sair, Vinicius Federico faz uso sempre que a filha, Maria Flor, de seis meses, precisa ir à pediatra ou ao posto de saúde para vacinar. 

“Maria Flor ganhou máscara, mas sabemos que o uso não é indicado. Colocamos para fazer foto, mas sempre saíamos tensos com ela nos dias de consulta ou de vacina. Vi o chapéu com o protetor facial num perfil do Instagram e achei interessante, porque deixa ela mais confortável e menos agitada como a máscara poderia deixar”, disse.

Lúcia Helena Magalhães é mãe do pequeno Márcio Martins, de cinco meses e meio. Ela conta que desde o início da pandemia sempre tomou todas as medidas de proteção e optou pelo isolamento social, conseguindo mantê-lo totalmente entre os meses de março e abril, saindo apenas para consultas e vacinas. E pela tensão em expor o bebê em espaços públicos, foi orientada pela pediatra em utilizar o chapéu com protetor facial. 

“Como a máscara só é indicada a partir de dois anos, a gente estava com muito medo de que ele pegasse, até porque pode herdar o fator genético da asma do meu marido. Daí, a pediatra indicou o protetor e a gente tem usado sempre, e ele é de fácil higienização também”, explica Lúcia, que defende o isolamento social como a melhor forma de proteção. 

Chuvas e Fogueiras

De acordo com o coordenador pediátrico do Hospital Fernando Franco, os sintomas da covid-19 se apresentam de forma mais branda em crianças. “Na esmagadora maioria das vezes, ela evolui apenas com coriza, no máximo uma febre baixa. E crianças que têm histórico de asma ou doença pulmonar, ela pode ter um broncoespasmo, mas não é igual no adulto, que evolui muito para dor de cabeça, garganta e dor no corpo”, explica. 

Mas além dos cuidados com a propagação do coronavírus, o médico William Barcelos faz o alerta sobre esse período junino, em que há além da mudança climática, com a frequência das chuvas, o tradicional uso de fogueiras [que esse ano, por conta da pandemia, conforme decreto municipal do dia 17 de junho, está recomendado o não uso de fogueiras e de fogos de artifícios

“Geralmente se tem muita fumaça, fogos, e isso acaba agredindo o trato respiratório, principalmente da criança que tem um trato respiratório mais imaturo, então tem uma possibilidade de ter broncoespasmos, o pulmão ficar mais fechadinho, e a criança pode apresentar algum problema respiratório por conta disso. Portanto, a prevenção sempre é o melhor a se fazer”, alerta o médico.