NE Notícias

Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores de Harvard, alertam que a democracia atualmente não termina com uma ruptura violenta nos moldes de uma revolução ou de um golpe militar; agora, a escalada do autoritarismo se dá com o enfraquecimento lento e constante de instituições críticas, com o Judiciário e a imprensa.

Seu livro “Como as Democracias Morrem” é, provavelmente, o mais valioso estudo sobre o surgimento, “democraticamente”, de novos governos.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

The New York Times:

“Levitsky e Ziblatt mostram como as democracias podem entrar em colapso em qualquer lugar – não apenas por meio de golpes violentos, mas, de modo mais comum (e insidioso), através de um deslizamento gradual para o autoritarismo. Um guia lúcido e essencial.”

NE Notícias não faz, aqui, análise da gestão do atual presidente da República, mesmo porque, com idas e vindas, com recuos, talvez seja cedo para julgar seu modelo de administrar, de fazer política na administração.

Pedindo licença aos professores de Harvard, NE Notícias adverte: ESTÁ EM RISCO A DEMOCRACIA NO BRASIL!

Isso, sem tiros, “legitimado” pelo voto popular.

No final da semana passada, depois de fazer considerações reprovadas pela história sobre Pinochet, em território chileno, o presidente da República confrontou o Congresso Nacional dizendo, sob os olhadores da imprensa, que o governo já havia feito sua parte ao enviar o projeto de Reforma da Previdência, que não faria mais nada; a responsabilidade única passou a ser do Congresso, e não apenas da Câmara Federal.

Nenhum presidente se sustenta no cargo batendo de frente com o Congresso. O presidente da República bateu pesado no presidente da Câmara, na maior parte de mulheres e homens que, segundo ele, quer negociar, como se toda negociação fosse negociata, repetindo que fazem parte da “velha política”, do toma lá, dá cá.

Se bateu de frente, não foi à toa. Sabia o que estava fazendo. Não se trata de caso para psiquiatra, como dizem adversários.

NE Notícias não tem dúvida: ninguém chega à presidência da República, principalmente em regime democrático, à toa.

Enquanto isso, o vice-presidente, sem caneta, mesmo que fosse Bic, age com a desenvoltura de poucos presidentes e estará amanhã com boa parte dos mais ricos empresários do País.

Não se sabe exatamente o que quer o presidente da República, mas certamente nada está sendo feito à toa.