MP Sergipe

Membros do Ministério Público de Sergipe lançaram os livros “Nascentes do São Francisco” e “Abuso do Poder Religioso nas Eleições – A Atuação Política das Igrejas Evangélicas”. O primeiro foi organizado pela promotora de Justiça Allana Rachel Monteiro e traz 11 capítulos que destacam o desenvolvimento do premiado Projeto “Nascentes do São Francisco – O MP Salvando Rios”. Além disso, a obra conta com depoimentos dos beneficiários do Projeto e dá destaque a poetas da caatinga. De autoria do promotor de Justiça Peterson Almeida, o segundo livro se dedica com exclusividade ao tema da influência das igrejas evangélicas no processo eleitoral, considerado o mais palpitante deste ano no cenário eleitoral nacional. 

Divulgação

Livro “Nascentes do São Francisco”

O livro é uma realização do MPSE, da GOS Florestal, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, da Agência Peixe Vivo e da Prefeitura Municipal de Canindé de São Francisco e conta com o apoio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para a promotora de Justiça Allana Rachel Monteiro é uma honra poder lançar um livro desse Projeto construído a tantas mãos e com tanta dedicação. “Estou muito feliz e agradecida aos parceiros por todo o apoio na execução do Projeto e, agora, na elaboração dessa obra. A Caatinga é o único bioma exclusivo do Brasil e, talvez, o menos conhecido pelos brasileiros e, por isso, pouco valorizado. É um dos mais degradados do país, com risco de extinção, levando suas áreas a situações de desertificação, sendo de difícil recuperação. Recuperar e conservar a Caatinga é uma luta que precisa continuar bravamente. Este Projeto serve de modelo para inspirar outros que precisam acontecer, senão, sofreremos arduamente com a desertificação em muitas áreas de Sergipe”, frisou.

“Abuso do Poder Religioso nas Eleições – A Atuação Política das Igrejas Evangélicas”

O autor faz uma análise dos aparente conflitos existentes entre os princípios da liberdade religiosa e o da legitimidade e normalidade do processo eleitoral, ambos de matriz constitucional, e promove uma digressão histórica para demonstrar como não há nada de original nesta aliança Igreja/Estado, havendo apenas uma mudança nos oprimidos, vulneráveis sob os pontos de vista econômico e intelectual. 

“Em minhas pesquisas, encontrei 68 julgados que tratam do abuso do poder religioso e, em todos, apenas pastores evangélicos, especialmente neopentecostais, figuram como réus. Não existe a ‘cristofobia’ sempre alegada em suas defesas. Os fiéis são vulneráveis econômica e intelectualmente, já que o público das igrejas evangélicas é, em sua imensa maioria, mulheres, negras, pobres e moradoras da periferia, com escolaridade fundamental e renda de até dois salários-mínimos. Estas igrejas chegam aonde o Estado some. Nas confissões religiosas encontram assistência, pertencimento. Fragilizados, inclusive emocionalmente, vão aos templos em busca de alento, e, é neste momento, que tem suas consciências ultrajadas com pedidos de votos”, contextualizou o promotor de Justiça.

O livro pode ser adquirido pelo e-mail petersonab@hotmail.com