SSP Sergipe

Reuters / Reprodução

Iniciamos, nesta sexta-feira (29), uma série de reportagens que trata sobre os principais tipos de golpes e fraudes em ambientes digitais e como você pode se prevenir frente a essa modalidade criminosa que cresceu de forma exponencial durante a pandemia. Sobre o assunto, a nossa primeira reportagem vai tratar dos golpes cometidos via WhatsApp, prática que vem gerando um grande prejuízo financeiro para diversas pessoas.

É nesse contexto que entram os golpes envolvendo o WhatsApp. A ação acontece da seguinte forma: os estelionatários entram em contato com as potenciais vítimas – geralmente se passando por empresas – com o pretexto de solucionar um problema de acesso a algum serviço. Com isso, eles conseguem persuadir a vítima, que acaba enviando o código pessoal do WhatsApp.

Sobre isso, a delegada Viviane Pessoa, diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil, destaca que os golpes utilizando o WhatsApp giram em torno de duas modalidades do mesmo crime, mas que tem o mesmo objetivo: o de conseguir que os contatos da vítima façam transferências bancárias para contas vinculadas aos golpistas.

“Hoje observamos no Estado, de forma recorrente, os casos de golpes pelo WhatsApp. Temos o sequestro, onde o golpista toma conta do aplicativo da vítima e faz contato com a agenda, com os familiares, e pede que faça depósitos bancários. Temos também a clonagem, em que o golpista pega uma foto em rede social, monta uma conta falsa e faz esse mesmo movimento de solicitar depósitos bancários aos contatos da vítima”, informou.

Os golpes envolvendo o WhatsApp são praticados de duas formas: o sequestro da conta da vítima ou a clonagem do perfil dela. Viviane Pessoa explicou que o sequestro da conta da vítima começa com uma mensagem enviada pelos golpistas. “Eles geralmente observam um telefone que está em um site de compra e venda. Eles fazem contato com a vítima e dizem que o anúncio tem algo a ser corrigido ou então eles mandam uma promoção. Daí, solicitam que a vítima passe o código de SMS que vai receber. Mas esse código é o de acesso ao WhatsApp, dando acesso total à conta da vítima”, evidenciou.

Já na prática da clonagem, os golpistas utilizam um número de telefone que não pertence à vítima. “Na clonagem, é utilizado um outro número de WhatsApp, que é do golpista. Ele pega uma foto e diz para os contatos que mudou de número e pede uma transferência bancaria. Toda a transferência vai para uma pessoa que você não conhece. Nessa hora, deve ser visto para onde o dinheiro vai. Se vai para uma pessoa desconhecida, é golpe”, ressaltou a delegada.

A diretora do Depatri alertou também para as redes sociais, responsáveis também por fornecer subsídios aos golpistas no momento de entrar em contato com familiares, amigos e pessoas próximas às vítimas da clonagem ou do sequestro do WhatsApp. “Os golpistas conseguem saber os contatos mais relevantes por pesquisa nas redes sociais. Então, a vítima tem que ter cuidado também nessas plataformas. É preciso fechar as redes sociais e ter cuidados com as informações que veicula, para não facilitar a prática do golpe”, orientou.

No caso de já ter sido vítima dessa modalidade criminosa, a orientação, segundo a diretora do Depatri, é  para o registro da ocorrência em uma delegacia, além de comunicar o ocorrido aos canais de atendimento da plataforma WhatsApp. “Esse contato é feito pelos canais oficiais – email – da plataforma. Junto a isso, é preciso comunicar aos contatos, por meio de outra ferramenta, que foi vítima do golpe e que não façam transferências bancárias para as contas informadas pelo golpista”, finalizou Viviane Pessoa.