Luísa Passos - Direita Sergipana

O coordenador da Direita Sergipana, Rodrigo da Paixão Marques, e o coordenador e líder do Movimento Direita Sergipana, Flávio Oliveira Rodrigues, assinaram na última quarta-feira, 31, um documento trazendo queixas ao Governo do Estado de Sergipe referentes às políticas adotadas em combate a pandemia, solicitando algumas modificações e trazendo ainda soluções para, segundo eles, melhorar a vida do sergipano. Além disso, realizaram um manifesto ao direito de sobrevivência, através de uma grande carreata que ocorreu na tarde do mesmo dia. 

Dentre as solicitações apresentadas na carta está o fim do toque de recolher, imposto por Belivaldo Chagas desde o dia 17 de março, fim de privilégios do funcionamento de alto escalão ao menos durante a pandemia, maior transparência no comitê científico que orienta o governador na tomada de decisões, além de um diálogo maior entre o governo do estado e as categorias que vem sofrendo com a falta de trabalho e renda durante a pandemia, a fim de reduzir carga tributária e adiar o pagamento dos tributos. 

Como sugestões, o movimento propôs o funcionamento do comércio com horário estendido e o diálogo com empresários de grandes redes de lojas para que flexibilizem os horários de entrada e saída de funcionários, e que possam funcionar em horário diferenciado. Além destas, o movimento propõe o aumento da frota de ônibus no transporte público, evitando as aglomerações que comumente ocorrem, o retorno dos hospitais de campanha, o tratamento precoce na rede pública e maior rapidez na aplicação das vacinas enviadas pelo Governo Federal e, por fim, a abertura das igrejas aos fins de semana. 

“Estas são algumas das propostas que apresentamos à sociedade, aos agentes políticos e a todos com poder de ação. Não há mais tempo para esperar! É necessário mudar o rumo das coisas em nosso estado sob o risco de acabarmos numa crise ainda maior que a já enfrentada pelo nosso estado. Esta carta representa a indignação e a vontade de muitos que estão lutando para sobreviver e querem ter garantidos seus direitos fundamentais: a vida, a liberdade, o direito de trabalhar! Direitos estes, dados por Deus e que nenhum político pode tirar”, destacaram. 

Pixabay

Confira a carta:  

“Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Sergipe Belivaldo Chagas, o movimento Direita Sergipana e outros signatários deste documento vem apresentar a vossa Excelência queixas referentes às políticas adotadas em nosso estado no combate a pandemia, orientadas pelo comitê científico e determinadas pelo senhor. Apresentamos também algumas ideias de solução que poderiam melhorar a vida do sergipano diante do quadro grave que a população enfrenta, tanto na área da saúde quanto na questão econômica. 

A frase: “Insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar um resultado diferente” atribuída ao físico teórico que marcou o mundo com sua mãe existência, Albert Einstein, representa bem o sentimento de nós e de grande parte dos sergipanos diante das medidas até então adotadas no sentido de frear a contaminação pelo novo coronavírus chinês. Passados 1 ano de pandemia, conseguimos entender perfeitamente o significado dela. 

Com   sucessivas   medidas   de   isolamento, sem   comprovação científica de eficácia, o poder público vem massacrando uma boa parcela da população sem demonstrar um resultado satisfatório comparado ao sacrifício que foi pedido.  

O lockdown, o isolamento horizontal, que seriam implantados temporariamente para equipar o sistema de saúde, acabaram se tornando medidas permanentes, inquestionáveis e dogmáticas. Quaisquer alternativas colocadas foram estigmatizadas e chamadas de anticientíficas. Hoje, sem poder esconder mais os fatos, com os diversos estudos e experiências mundo à fora comprovando sua ineficácia, começamos a ver que, se tem algo anticientífico este algo é o lockdown. 

Ainda assim, de forma unilateral, o prefeito Edvaldo Nogueira e o governador Belivaldo Chagas decretam e insistem nestas medidas impossíveis de seguir. 

 Sem considerar outras realidades o governador lança medidas que maltratam a população e não combatendo o vírus, como é o caso do toque de recolher das 20hs às 05hs, que só fez aumentar a aglomeração nos ônibus e terminais de integração, podendo assim aumentar a contaminação entre os trabalhadores. 

O maior negacionismo da pandemia veio de pessoas que negaram a existência de outras realidades. Pais e mães de família tiveram suas vidas destruídas sem ter o direito de tentar sobreviver, foram taxados de forma perversa por pessoas que do alto da sua torre de privilégios definiam quem era ou não essencial. Várias categorias:   Donos   e   funcionários   de   bares   e   restaurantes, artistas, pequenos comerciantes, autônomos, motoristas de aplicativo, etc, foram prejudicadas com as medidas de trancamento adotadas. 

Por instinto de sobrevivência, toda classe política se fechou em casa e nós ficamos sem representantes nesse momento tão difícil para todos, lembrando que o vírus também atingiu nossas famílias, por esse motivo convocamos esta grande mobilização popular com o intuito de reivindicar um equilíbrio no combate ao vírus. Queremos uma audiência pública com o comitê científico e os representantes da Alese e câmara municipal de Aracaju. Para nós é uma questão de sobrevivência”. 

Manifestação:  

Em ato de manifestação, ainda na tarde desta quarta-feira, 31, o Movimento Direita Sergipana foi às ruas do centro de Aracaju em uma grande carreata pelo direito de sobrevivência. Na ação, Rodrigo e Flávio, com a posse da palavra, que pediram, por todos os sergipanos, o fim do toque de recolher, disseram não ao um possível lockdown, cobraram aumento da frota de ônibus e as demais solicitações que já constam na carta. 

O ato contou com centenas de carros e, de forma respeitosa, saíram de frente a Assembleia Legislativa de Sergipe, passando pelo Centro, terminal DIA e encerrando no Palácio do Governo. “Foi uma manifestação do povo, que veio para mostrar qual é a real situação do nosso Estado”, disse Rodrigo Feijú. 

Ainda segundo ele, é muito fácil pedir para ficar em casa quando se tem seu salário garantido no fim do mês, ressaltando que o governador e os prefeitos não estão ligando para a realidade da maior parte da população assalariada que precisa sair de casa todos os dias para trabalhar. 

Já Flávio, apelou para que o Comitê Científico e o governador Belivaldo Chagas possam ouvir a voz de uma parcela da sociedade que implora pelo direito de trabalhar e pede que reveja as medidas que vêm sendo adotadas.
Flávio também destacou que todo esse autoritarismo e caos na saúde que estamos vendo por parte dos governadores só foi possível porque o Supremo Tribunal Federal (STF) deu aos governadores o aval de aplicarem as medidas que bem entenderem.