SSP Sergipe

A Polícia Civil de Sergipe, através do Departamento de Narcóticos (Denarc) e a Divisão de Inteligência (Dipol), com apoio da Polícia Civil de Goiás, desencadeou nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 15, uma operação para desmantelar a linha de fornecedores de uma organização criminosa armada interestadual que remetia milhões de reais em drogas e armas para Sergipe e outros Estados da região Nordeste. A organização é liderada por integrantes remanescentes da Operação Valquíria, que foram presos no ano de 2013, mas ganharam liberdade e voltaram a reestruturar a grupo criminoso.

SSP / Divulgação

A organização utilizava o Estado de Goiás como base e era comandada pelos irmãos sergipanos Aduilson Góis Oliveira, conhecido como “Galego”, e Ademir Góis Oliveira, o “Demir” ou “Galeguinho”. Sob a liderança deles, a organização criminosa comete graves delitos em todo o país, especialmente tráfico de entorpecentes e o comércio ilícito de armas de fogo.

Os irmãos foram presos na cidade de Senador Canedo no início da manhã de hoje. Também foi preso Lucivaldo Fernandes da Silva, considerado pela polícia como o operador de logística da Organização Criminosa no Estado de Goiás.

Segundo o delegado Osvaldo Resende, que participa da operação em GO, a facção criminosa fornece para Sergipe e outros Estados do Nordeste grandes quantidades de substâncias entorpecentes e armas de fogo e munições para criminosos, que utilizavam nos crimes de roubo a banco, de carga e na execução de homicídios. Aduilson e Ademir têm mandado de prisão preventiva e temporária em aberto expedidos pelo Poder Judiciário sergipano. Juntos os dois respondem a 13 processos por homicídio, associação crimininosa, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. 

Liberdade

Ademir foi condenado nos desdobramentos da Operação Valquíria a mais de 22 anos de prisão, porém no dia 7 de fevereiro deste ano, ele conseguiu uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, determinando sua liberdade. Instada a se manifestar, a Procuradoria Geral da República foi contra a decisão monocrática do ministro, argumentando que o habeas corpus para Ademir sequer deveria ser conhecido, em virtude do que preceitua a Súmula 691 do próprio STF.

Não bastasse os obstáculos jurídicos, Ademir também é  membro de organização criminosa; suspeito de matar 13 pessoas em apenas um ano, ter péssimo comportamento no presídio do Santa Maria, participando, inclusive, do homicídio de três detentos da unidade no dia 30 de abril de 2018. Após a decisão do ministro, Ademir fugiu de Sergipe e foi para o estado de Goiás se somar a liderança do irmão Aduilson a fim de reestruturar a organização.

Assaltos a banco e carros forte

O poder de fogo da organização é tão impressionante que uma investigação das Polícias Civil do Maranhão e do Pará prendeu um bando de assaltantes de banco com uma metralhadora antiaérea ponto 50, fornecida pela quadrilha dos irmãos Góis.

No dia 20 de novembro do ano passado, criminosos foram presos no Estado de Pernambuco com armamento fornecido pela organização criminosa dos irmãos Góis. Na época, foram apreendidos um fuzil calibre .556, 720 munições, duas pistolas calibre .380, um revólver calibre 38, um equipamento bloqueador de sinal GPS, além de muita droga.