Josafá Neto e Abel Victor, UFS

O Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) está produzindo, por dia, 15kg de álcool gel e 20L de álcool 70% glicerinado, para distribuir e evitar a escassez do material nos Hospitais Universitários, localizados em Aracaju e Lagarto, e em asilos do estado, durante o período de pandemia do novo coronavírus.

A produção está sendo feita em três laboratórios da instituição: Laboratório de Ensaios Farmacêuticos e de Toxicidade (LeFT), Laboratório de Desenvolvimento Farmacotécnico e Nanotecnologia (LADEFNT), e Laboratório de Farmacognosia. A ação voluntária envolve professores, alunos dos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, e técnicos em farmácia da instituição.

Produção é feita em três laboratórios de farmácia da UFS – Josafá Neto / UFS

A iniciativa solidária surgiu diante da escassez de álcool gel, item indispensável, por exemplo, em hospitais e asilos, em decorrência da aquisição exagerada do produto. 

“Nós (professores) estávamos com a perspectiva de iniciar a produção antes das medidas restritivas publicadas pela reitoria em razão da pandemia. Nós iríamos aproveitar os alunos de graduação e iríamos fazer (a produção) como atividade de extensão. Mas, a partir do momento que a universidade tomou a medida de cancelamento das atividades presenciais, reavaliamos e vimos a possibilidade de continuar a ação”, relata a coordenadora do LADEFNT-UFS, professora Rogéria Nunes.

Professora Rogéria Nunes é coordenadora do LADEFNT na UFS / Josafá Neto

O coordenador do LeFT-UFS, professor Adriano Antunes, reforça a recomendação do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a necessidade do uso do álcool gel como alternativa diante da ausência de água e sabão. “Só tem necessidade de estar usando álcool gel aquelas pessoas que estão em trânsito, no hospital e que não têm acesso com facilidade à água e sabão”, diz o professor.

Ele também explica que a produção de álcool gel de forma caseira, além de ser contraindicada pelas autoridades de saúde, pode causar uma série de problemas, como queimaduras e irritações na pele. “Não é indicado que se faça produção em casa porque a formulação do álcool gel é específica, com PH balanceado e adequado para a pele.”

Adriano Antunes coordena o Laboratório de Ensaios Farmacêuticos / Josafá Neto

Doutorando em Ciências Farmacêuticas na UFS, Jeferson Silva destaca a necessidade de empresas e indústrias do setor doarem insumos, como álcool puro e embalagens, e estabelecerem parceria com a UFS “para suprir a demanda da população por álcool gel”.

Após o primeiro dia de produção, a ideia é criar um cronograma para atender às demandas dos hospitais e asilos, enquanto durar o período de restrições à pandemia.